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Cresce apreensão de armas em Goiás

Mais de cinco mil armas foram apreendidas nos últimos dois anos em Goiás somente pela Polícia Militar. A maioria é de pistolas e revólveres, que podem ter entrado no país irregularmente. Em Goiás, as armas são trazidas por traficantes pela fronteira com o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O grande número de armas apreendidas é associado imediatamente aos altos índices de criminalidade registrados no estado, principalmente nos índices de homicídio, latrocínio e roubos de veículos e em residências.

A delegada Adriana Ribeiro de Barros, titular da Delegacia de Homicídios, revela que traficantes de armas são co-responsáveis nos crimes de morte em Goiás. Somente em Goiânia, onde ano passado foram registrados 577 assassinatos (contando os casos de confronto entre policiais e suspeitos de crime), 82% dos casos foram cometidos com o uso de armas de fogo.

Ela revela ainda que 90% das armas apreendidas pelas equipes da Delegacia de Homicídios não possui registro ou estão em nome de outra pessoa. “Furtadas, roubadas ou desviadas do proprietário. Uma minoria tem a numeração raspada”.

Segundo a Polícia Militar, foram apreendidas 2.232 armas em Goiás em 2011 e 2.625 no ano passado (veja quadro nesta página). O tenente-coronel Anésio Barbosa da Cruz Júnior, chefe de Comunicação Social da PM, confirma que revólveres e pistolas são as armas mais apreendidas pela corporação nas mãos de bandidos.

Ele acredita que com um incremento no policiamento de fronteira o número de apreensões deve subir consideravelmente. “E reduzindo a entrada desse armamento ilegal, vamos reduzir também o índice de criminalidade. Estamos tentando desarmar, já que a bandidagem não fica presa”.

Segundo ele, de acordo com a lei, a pessoa presa por porte ilegal de arma de fogo que não cometeu outro crime, é colocada em liberdade com pagamento de fiança. “Precisamos mudar o ordenamento jurídico e manter essa pessoa presa”, comentou o tenente-coronel.

As armas apreendidas pelas Polícias Civil e Militar são anexadas a inquéritos policiais e encaminhadas para a Justiça junto aos respectivos processos criminais.

DEPÓSITO SECRETO

Desde o final do ano passado, atendendo ao provimento número 20 da Corregedoria -geral de Justiça de Goiás, todas as armas e acessórios depositados em fóruns do estado são encaminhadas ao Exército para que sejam destruídas.

O envio deve ser feito após a confecção do laudo referente ao armamento apreendido.
O tenente-coronel Geovani Valente Bonfim Júnior, chefe da Assistência Militar do Tribunal de Justiça de Goiás, explicou que a remessa de armas ao Exército para destruição é feita de modo gradual e em lotes de 400 armas por vez.

Todas as armas recolhidas dos fóruns estão guardadas em local secreto, em um galpão, aguardando o envio para o Exército.

Lotes de 400 armas são enviados para a Brigada de Operações Especiais do Exército, que as encaminha ao Comando Militar do Planalto, que recebe armas para destruição de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Tocantins e as apreendidas pela Polícia Federal em todo país.

SIDERÚRGICA
O Comando Militar do Planalto envia a uma siderúrgica de Minas Gerais lotes de 4 mil armas para destruição. “Lá elas são derretidas. Mas o processo é lento”, disse.

Em cumprimento ao provimento número 20, estão no galpão secreto do Estado 15 mil armas apreendidas que estavam armazenadas nas varas criminais de Goiânia e outras 3.800 dos fóruns do interior. A maioria das armas é antiga, de caça, e de calibre 38 e 32. Desde o final do ano passado, nenhuma arma apreendida pela polícia é mantida nas varas criminais.

Brasil não tem banco de dados unificado

04 de fevereiro de 2013 (segunda-feira)

Não existe um banco de dados unificado capaz de informar quantas armas circulam legal e ilegalmente no país e nos estados da União. Estima-se que atualmente sejam 16 milhões de armas em todo território nacional.

Destas, 7,6 milhões estariam em situação ilegal e mais da metade estaria em poder de criminosos. Para cada arma apreendida pela polícia no Brasil, outras 30 entram irregularmente no país. As armas e munições entram, principalmente pelos 20 mil quilômetros de fronteira seca com países do Mercosul, por portos e em menor escala, por aeroportos.

A estimativa foi apresentada em 2010 pelo Mapa do Tráfico de Armas, elaborado pela ong Viva Rio e divulgado pelo Ministério da Justiça, que revelou ainda que nos últimos 10 anos foram apreendidas 226 mil armas em 19 Estados, inclusive em Goiás.

O controle sobre armas em todo o país é de responsabilidade da Polícia Federal. Toda arma registrada deveria constar nos registros do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), porém, administrativamente, os números de outro banco de dados, o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), é sigiloso e contém, além das armas pertencente às Forças Armadas, o registro do CAC (Colecionadores, Atiradores Esportivos e Caçadores).

De acordo com a Polícia Federal em Goiás, cerca de 25 mil armas possuem registro federal em Goiás.
Outras 200 mil, aproximadamente, pertencem às forças policiais, a empresas de segurança, ou não possuem registro federal ou foram entregues durante a campanha do desarmamento.

9,5 MIL ARMAS

Somente no ano passado em Goiás 9,5 mil armas foram entregues à polícia. Em todo o país foram mais de 60 mil nos anos de 2011 e 2012.

As armas foram entregues nos 670 postos de recolhimento em todo o país. Em Goiás podem ser entregues nas três delegacias da PF (Goiânia, Anápolis e Jataí), nas Polícias Civil e Militar.
Para saber onde são os postos de recolhimento e como funciona a campanha, esclarecimentos podem ser obtidos no site www.dpf.gov.br

Fonte: Jornal O Popular

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