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Greve deixa delegacias vazias

Paralisação total dos serviços por 24 horas ocorreu ontem. Grevistas têm reunião com interlocutor hoje

Com a paralisação de 24 horas de 100% dos serviços prestados pela Polícia Civil, as principais delegacias de Goiânia ficaram vazias ontem. Na porta do complexo de delegacias especializadas, no Setor Cidade Jardim, agentes e escrivães barravam a entrada e orientavam as poucas vítimas que apareceram na tentativa de registrar boletim de ocorrência. O Instituto Médico-Legal (IML) também ficou fechado e funcionários da Polícia Técnico-Científica permaneceram na entrada. Até o início da noite de ontem, nenhum corpo tinha dado entrada no local.

Sem saber da paralisação, as aposentadas Mary Ferreira Dias, de 31 anos, e a mãe, Aparecida Maria Ferreira, de 54, procuraram o 1º Distrito Policial, no Centro, para tentar registrar o boletim de ocorrência do furto dos documentos pessoais. “Há 15 dias roubaram minha carteira, com todos os meus documentos. Já vim aqui três vezes para tentar registrar, já que tenho medo de que alguém possa usá-los para abrir contas bancárias e até pegar empréstimos”, salientou Mary.

De acordo com presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO), Silveira Alves, a adesão foi de quase 100%. “Devido à ampla divulgação da paralisação, a procura por serviços foi baixa. Em algumas regiões os delegados se reuniram para registrar flagrante”, afirmou.

Silveira Alves diz que uma reunião de representantes do movimento grevista com o deputado Marcos Martins Machado (PSDB), nomeado interlocutor do governo, será realizada às 8h30. “Depois de apresentada a proposta do governo vamos marcar uma assembleia para segunda-feira, onde decidiremos o rumo da greve”, explicou.

Fora do ar

Apesar do Secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, afirmar que as vítimas de crimes de baixa complexidade podem registrar seus boletins de ocorrência nas unidades do Vapt Vupt, os funcionários do local afirmam que o sistema on-line está fora do ar há quase duas semanas.

“Foram repassadas senhas de acesso para os servidores multifuncionais das unidades, que fizeram até treinamento, mas eles não conseguem acessar”, informou a recepcionista da unidade do Shopping Cidade Jardim. No Vapt Vupt poderiam ser registradas as ocorrências de roubo, furto ou extravio de objetos, valores, documentos; desaparecimento de pessoa e acidente de trânsito sem vítima.

Secretário diz que não há como pagar aumento

O secretário de Segurança Pública Joaquim Mesquita disse ontem ao POPULAR que o Estado não tem condição de pagar os 130% de aumento que os policiais civis reivindicam com o piso salarial passando de pouco mais de R$ 3 mil para R$ 7.250, como já foi anunciado à categoria durante a negociação. “O pagamento de bônus por produtividade e a volta de alguns cargos à Polícia Civil, que são outras reivindicações é possível conceder. Estou aberto ao diálogo a qualquer hora”, afirmou.

Ele considera que a greve, que completou 50 dias ontem, é um dos problemas da pasta, mas não compromete o trabalho de redução dos índices de criminalidade e de atendimento à população já que delegados, médicos legistas e peritos continuam trabalhando.

“O corte dos pontos vai continuar e todos os ‘incidentes’ ocorridos durante a greve estão sendo registrados e tudo será apurado, podendo resultar em punição”, contou Joaquim Mesquita.

Fonte: Jornal O Popular

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